Romancista, ensaísta, dramaturgo, crítico, tradutor, professor universitário e um poeta “que não se parecia com nenhum outro”. É vasto e impressionante o trajeto de Nuno Júdice, um dos grandes intelectuais do nosso tempo e que agora recordamos “No Silêncio da Noite”, o primeiro Café dos Poetas de 2024.
Esta sessão, marcada para dia 27 de Junho, às 21h30, no templo da Poesia, terá apresentação de Nuno Miguel Guedes, tendo como convidados António Carlos Cortez, Lauren Mendinueta e Manuela Caeiro (Associação Luchapa). A música fica a cargo de Filipe Valentim (piano).
Nascido no Algarve, Nuno Júdice foi um dos mais prolíficos poetas portugueses e um dos mais traduzidos – a sua obra foi editada da Espanha à China, passando pelo Irão e o Líbano. Visto como um autor decisivo numa época de transição da poesia portuguesa (entre as tendências experimentais da década de 1960 e o tom mais quotidiano dos anos 80), a poesia de Nuno Júdice destaca-se pelos seus versos por vezes longos, discursivos e meditativos – onde muitas vezes se encontravam interrogações sobre a noção de poema – e, mais tarde, por um certo pendor evocativo, melancólico ou irónico.
É também um dos autores contemporâneos mais reconhecidos internacionalmente, tendo sido galardoado com o Prémio de Poesia Pablo Neruda, o prémio ibero-americano Rainha Sofia de Espanha, o Prémio Review 2000 da Associação Internacional de Críticos Literários, ou o Prémio de Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários.
BIOS
António Carlos Cortez (Lisboa, em 1976). É poeta, professor, crítico literário e ensaísta, tendo publicado cerca de 15 livros de poesia desde 1999. Destacam-se da sua obra livros como Um Barco no Rio (2002), Sombra no limite (2004), Depois de Dezembro (2010, O Nome Negro (2010), A Dor Concreta – antologia pessoal 1999/2015 (2016), Corvos Cobras Chacais (2017), Jaguar (2019), Diamante (2022). É colaborador permanente do Jornal de Letras, onde assina a coluna “Palavra de poesia” e, atualmente, do Diário de Notícias, com a coluna “Directo à Leitura”. Escreveu durante 10 anos para o jornal Público sobre Educação e Cultura. Publicou Voltar a Ler – ensaios sobre poesia, cultura e educação (Gradiva, 2018) e, em 2021, Crítica Crónica – educação, cultura e política (Ed. Guerra & Paz). É autor do romance Um Dia Lusíada (Caminho, 2022).
Lauren Mendinueta (Colômbia, 1977). Poeta, ensaísta, tradutora e professora universitária. Autora de doze livros, a sua poesia tem sido traduzida para seis línguas e publicada em vários países, sendo considerada uma das poetas mais prestigiadas da sua geração na Ibero-america. Como afirmou Nuno Júdice , “a poesia de Lauren Mendinueta combina duas características que, à partida, parecem opostas: a clareza da sua linguagem e a complexidade das questões que nos coloca”.
Ganhou quatro prémios nacionais de poesia no seu país e o Prémio Nacional de Ensaio e Crítica de Arte do Ministério da Cultura da Colômbia. Em Espanha recebeu os prémios internacionais César Simón por Del tiempo, un paso e Martín García Ramos por A Vocação Suspendida (Oporto, 2023). Vivir tão por dentro (Lisboa, 2024), o seu mais recente livro publicado em Portugal foi traduzido por Nuno Júdice.
É tradutora de uma dúzia de livros de autores portugueses como Ana Luísa Amaral, Maria Teresa Horta, Nuno Júdice, José Luís Peixoto, Fernando Pessoa e outros. Vive em Lisboa desde 2007, nesta cidade realiza um intenso trabalho de divulgação da poesia Ibero-americana em Portugal e da poesia portuguesa em Espanha e na América Latina.