Miguel Martins (A Favola da Medusa): “Convidávamos Camões e Bach e nós ficávamos muito quietinhos, em silêncio, a um canto, a presenciar o milagre”

Em jeito de antecipação da apresentação da Colecção Batimento no Auditório Ruy de Carvalho, falámos com os protagonistas da tarde de 6 de Março sobre o seu trabalho, as suas influências e o que têm lido e ouvido nos últimos tempos. O entrevistado de hoje é Miguel Martins, fundador de A Favola da Medusa.

A Palavra: Quando e como é que surgiu este projecto?
Miguel Martins: A 13 de Maio,/ no quadrado da hipotenusa,/ apareceu, brilhando,/ a Favola da Medusa.

A Palavra: O que vem primeiro: as letras ou a música?
Miguel Martins: O Verbo.

A Palavra: O que podemos esperar dos vossos concertos ao vivo?
Miguel Martins: Como em tudo na vida, à cautela, o melhor é não ter grandes expectativas. Ou, parafraseando João César Monteiro, “Eu não tenho vida para olhar para cima e é no chão que se encontra tudo”.

A Palavra: Quem é o poeta com que gostavam de colaborar? E o músico?
Miguel Martins: Camões e Bach, e nós ficávamos muito quietinhos, em silêncio, a um canto, a presenciar o milagre.

A Palavra: Têm alguma recomendação musical e/ou literária que gostassem de fazer?
Miguel Martins: Literária, Julian Reynolds Grande Reserva Tinto (€26,70 no Auchan, a fazer fé na internet). Musical, Royal Palmeira Loureiro Branco (€12,40 na Garrafeira Nacional, idem).