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“Poemas em Tempo de Peste”, de Eugénio Lisboa

Em tempo de pandemia, não se limpam armas, mas lêem-se poemas. E ganha-se ânimo, para respirar, com máscara ou sem ela. 
Como nos diz Nuno Pacheco, no suplemento Ípsilon, do jornal Público, Eugénio Lisboa, “Ensaísta, poeta, crítico literário, já tinha escrito, quase no início da sua Crónica dos Anos da Peste (em dois volumes, editados em 1973 e 1975), que “Quando a peste cerca a comunidade, a confusão e o salve-se quem puder entram na ordem do dia.” Agora, tomando a pandemia como uma outra peste, ele escolheu a poesia para, entre a observação irónica e a palavra acutilante, lhe desferir os golpes que a inspiração lhe foi ditando. Impressos por ordem cronológica, de “31 de Março do Ano da Peste”, data do primeiro (todos estão datados) até 28 de Julho de 2020, dia do último, é como se através destes seus poemas nos debruçássemos sobre uma janela onde a vida agora mal passa.”

“Poemas em Tempo de Peste”, de Eugénio Lisboa (Guerra & Paz 2020)

“Poemas em Tempo de Peste” não é só um livro de poemas, é uma aventura em que se fundem literatura e vida com um grande sentido lúdico e um melancólico langor, que tanto toca em Camões, Eliot ou Almada, Nuno Melo ou Pinto da Costa.
Poesia clara que nos sacode da letargia destes dias, para ler em voz alta, em confinamento ou na rua.

“Lixe-se a melancolia,

refúgio de quem não luta,

e combata-se, de dia,

o vírus filho da puta!”