Vitorino Coragem é o fotógrafo responsável pelas imagens que adornam as páginas de “Os Surrealistas”, livro-CD em que abraçou o desafio de “tentar desconstruir a forma convencional como são feitos os retratos”. Para perceber melhor como é que surgiu esta ligação, fomos falar com o fotógrafo que acompanha as movimentações da Lisbon Poetry Orchestra desde 2015.
A Palavra: Quando é que começou a sua relação com a LPO e como é que surgiu a hipótese de fazer parte do disco “Os Surrealistas”?
Vitorino Coragem: Esta relação tem vindo a ser construída há alguns anos. Comecei a fotografar as sessões do Poetas do Povo em 2015 e tenho vindo a acompanhar, desde então, os projetos do Alexandre Cortez.
A Palavra: Tratando-se de um projecto tão particular, teve que mudar alguma coisa na forma como trabalha habitualmente?
Vitorino Coragem: Na realidade não foi necessário alterar a minha forma de trabalhar. As referências artísticas presentes neste disco “Os Surrealistas” são também as minhas e fazem parte do meu corpo de trabalho.
A Palavra: Qual é a sua fotografia favorita deste livro?
Vitorino Coragem: Gosto de todas as fotografias. Cada uma revela um momento carregado de diferentes significados que tenta representar o universo surrealista.
A Palavra: Há alguém próximo do universo surrealista que gostasse de fotografar?
Vitorino Coragem: Para mim o desafio é exatamente o inverso. Tentar desconstruir a forma convencional como são feitos os retratos, desafiando as supostas leis do real através de uma interpretação surrealista.